Glossário de Termos
& Expressões Budistas
Bodhitchitta: em sânscrito é a mente de iluminação. Bodhi=iluminação, Tchitta=mente. É um estado de consciência de grande amor e compaixão, através do qual se deseja liberar todos os seres do sofrimento e guiá-los à iluminação.
Bodhisattva: alguém que gerou a mente de Bodhitchitta, que deseja beneficiar um grande número de seres, mas que ainda não é um Buddha.
Buddha (Buda): todo ser que tenha aperfeiçoado no seu máximo potencial seu corpo, palavra, mente, qualidades e ações, e que tenha abandonado totalmente raiva, apego, orgulho, ciúmes, inveja e ignorância e todas as outras delusões.
Buddha (Buda) Shakyamuni: o quarto Buddha da nossa era, que revelou os ensinamentos do Dharma existentes ainda hoje neste mundo.
Buddha (Buda) Maitreya: manifestação da bondade amorosa de todos os Buddhas. É o próximo Buddha a se manifestar no futuro.
Budismo: sistema religioso e filosófico transmitido por Buddha (Buda) (Siddhartha Gautama) no século VI a.C.
O budismo é orientado pelos ensinamentos de Buddha (Buda) que mostram o caminho da libertação através dos ensinamentos e das práticas espirituais. De acordo com o budismo, a disciplina mental pode aliviar o sofrimento do ser humano levando-o a atingir o estado supremo de plenitude – o Nirvana.
O budismo é amplamente difundido na Ásia, e nos últimos 50 anos tem se espalhado por todo o mundo.
Budismo tibetano: Há quatro principais tradições do budismo tibetano – Nyíngma, Kárguiu, Sákya e Guêlug. Apesar de diferenças de terminologia e liturgia, basicamente todas se assemelham. O budismo tibetano é classificado como Vajrayana (sânscrito – “caminho do diamante”), tradição que surgiu entre iogues indianos, provavelmente a partir do séc. IV, como uma linha Mahayana com mais meios para se chegar à realização — por exemplo, recitação de mantras, visualizações e técnicas rituais.
No Tibete, país onde o Vajrayana se tornou predominante, essa tradição foi introduzida no séc. VIII, pelo mestre indiano Padmasambhava.
Budismo tibetano Ngal-So: Ngal-So refere-se a como relaxar o corpo e a mente e conectar este mundo a Shambala. Um método desenvolvido por S.E. Lama Gangchen Rinpoche que permite às pessoas tão atarefadas dos tempos atuais praticarem a meditação com entendimento, de forma profunda e precisa.
Cerimônia: ver Puja
Concentração: poder de focar a mente em único objeto de forma unidirecionada.
Coordenador de prática: é um facilitador que conduz a prática de meditação no Centro de Dharma da Paz. Tem conhecimentos sobre os ensinamentos e as práticas budistas do Sistema Ngal-So, que compartilha com os frequentadores e os ajuda a fazerem as meditações. No papel de coordenador, representa os Lamas e o próprio Dharma.
Delusão: Fator mental que surge da atenção imprópria e torna a mente agitada e descontrolada. Existem três delusões principais: ignorância, apego e aversão. Delas nascem todas as demais: medo, inveja, orgulho e arrogância, avareza, dúvida e outros.
Dharma: são os ensinamentos transmitidos por Buddha Shakyamuni. A prática do Dharma proporciona o desenvolvimento espiritual do praticante, a medicina espiritual que cura os sofrimentos do corpo e da mente até o completo cessamento do sofrimento e o alcance da felicidade e paz perenes.
Discípulo: aprendiz e seguidor, disposto a praticar o Dharma, manter e dar continuidade no trabalho do seu mestre.
Gueshe: título para doutor em filosofia budista, concedido nas grandes universidades monásticas da Escola Guelupa, após 20 anos de estudos.
Guru: palavra sânscrita para Mestre Espiritual. Lama em tibetano. É o mestre que guia o praticante no caminho da Iluminação, que ensina os métodos corretos para superação do sofrimento e o aperfeiçoamento do corpo, da palavra, da mente, das qualidades e das ações. Dentre as suas inúmeras qualidades especiais as principais são segundo o “Mahayana Sutralankara,” de Buddha (Buda) Maitreya – um contínuo mental subjugado pela moralidade, as distrações mentais pacificadas pela concentração, a eliminação do apego à auto-existência através da sabedoria, qualidades superiores às do discípulo, visão correta da verdadeira natureza dos fenômenos (direta ou conceitualmente) através da sabedoria de ouvir, habilidade para ensinar, uma natureza compassiva, um entusiasmo inquebrantável. No mínimo deve ter – o contínuo mental subjugado através dos três treinamentos (moralidade, concentração e sabedoria), compaixão e realização da verdadeira natureza dos fenômenos por ter ouvido muitos ensinamentos.
Iluminação: liberação completa das delusões e suas marcas, nos níveis grosseiro, sutil e muito sutil. Desenvolvimento das qualidades ao máximo de seu potencial.
Índia: o berço do budismo. Buddha (Buda) Shakyamuni nasceu na região de Lumbini, hoje pertencente ao Nepal, se iluminou em Bodhgaya, deu os primeiros ensinamentos em Sarnath na região de Varanasi, viveu e entrou em parinirvana nesta mesma região ao norte da Índia.
Iniciação: é um “passaporte” para ingressar na iluminação. O passaporte é emitido pelo Guru ou mestre espiritual e pelos Seres Sagrados durante uma cerimônia na qual o Guru planta quatro sementes especiais na mente do praticante.
Karma: (Carma) lei de ação e seus resultados. Conforme a ação for virtuosa ou não virtuosa, os seus resultados serão positivos e proporcionarão felicidade, ou negativos e proporcionarão sofrimento.
Lama: ver Guru
Lamaísmo: termo equivocado para designar o budismo tibetano.
Leigo: pessoa que pratica e estuda o budismo sem ter tomado a ordenação de monge ou monja.
Liberação: ver Nirvana
Linhagem: uma sucessão ininterrupta de mestres budistas realizados desde Buddha (Buda) Shakyamuni até os mestres dos nossos tempos, que transmitiram de forma completamente pura, precisa e confiável os ensinamentos e as práticas budistas.
Mala: rosário devocional e meditacional usado pelo praticante budista usado para contar preces ou mantras. Tradicionalmente possui 108 contas.
Mandala: é a palavra sânscrita que significa círculo ou “aquilo que circunda um centro” . É uma representação geométrica da dinâmica relação entre o homem e o cosmo. A moradia de uma divindade de meditação.
Mantra: Termo sânscrito que significa literalmente “proteção da mente”. Canto realizado principalmente para ajudar a desenvolver concentração. O mantra sempre está relacionado com uma determinada qualidade que podemos desenvolver, como a compaixão, amor, sabedoria, proteção, cura, e outros. Um mantra budista muito conhecido é OM MANI PEME HUM, o mantra da compaixão ilimitada. Conheça alguns mantras clicando aqui.
Meditação: significa “familiarizar-se com os aspectos positivos e virtuosos da mente”. É um método de treinamento da mente que leva a enxergar o mundo com maior clareza e amplitude, ajuda a cultivar uma consciência profunda e compassiva, que permite o praticante alcançar os objetivos e encontrar um caminho otimizado em direção à realização dos valores mais profundos. Com a prática da meditação a mente fica mais calma e serena, desenvolve-se concentração, maior felicidade e contentamento.
Mestre Espiritual: ver Guru
Monastério: um lugar onde vivem monges ou monjas, dedicados às práticas e aos estudos da filosofia budista.
Monge ou Monja: praticante budista que tomou votos específicos e dedica o seu tempo principalmente à vida espiritual.
Mudra: Literalmente, selo. Um gesto simbólico com as mãos que é realizado nas práticas budistas e que direcionam nossa energia interna.
Ngal-So: ver Budismo tibetano Ngal-So
Nirvana – é um estado de verdadeira paz no qual o praticante alcança a cessação do sofrimento e da insatisfação, e o fim dos renascimentos no samsara (existência cíclica).
Puja: Literalmente, “oferenda.” Ritual de preces no qual podem ou não ser feitas oferendas.
Parinirvana: é o nirvana completo, que acontece na morte do corpo de um ser realizado que tenha alcançado a completa iluminação, ou seja, um Buddha.
Realização: experiência estável de qualquer qualidade mental positiva, como por exemplo, o amor, a renúncia ou a sabedoria. Todos têm alguma porcentagem dessas qualidades. Treinando no caminho espiritual, pode-se gradualmente aumentar esta porcentagem, para chegar à realização do potencial completo do corpo, palavra, mente, qualidades e ações, ou seja, o Estado de Buddha.
Reencarnação: é um conceito religioso ou filosófico segundo o qual a alma (mente que transmigra no budismo), após a morte biológica, começa uma nova vida em um novo corpo.
Na tradição do budismo tibetano, os Lamas reencarnam para dar continuidade à missão dos seus predecessores.
Rinpoche: significa “precioso” em tibetano. É um título dado aos mestres (Lamas) que são reconhecidos como lamas reencarnados, que possuem grandes realizações espirituais. É a maneira de se dirigir a um Lama com respeito. P. ex. Lama Gangchen Rinpoche e Lama Michel Rinpoche.
Samsara: existência cíclica, é o ciclo ininterrupto de mortes e renascimentos ao qual os seres sencientes estão presos, caracterizado pelo contínuo estado de sofrimento e insatisfação. Os ensinamentos budistas são elaborados para ensinar os seres como se libertarem desse ciclo vicioso de sofrimento e alcançarem o Nirvana e a Iluminação.
Sangha: Uma das Três Joias. É a comunidade espiritual composta pelos mestres, monges, monjas, e leigos que seguem os ensinamentos de Buddha (Buda).
Siddhartha (Sidarta): o Príncipe Siddhartha nasceu no clã dos Shakyas na Índia, há 2500 anos, e após alcançar a Iluminação aos 33 anos, ficou conhecido como Buddha (Buda) – desperto.
Tantra no budismo: Literalmente, “continuidade”. Os textos dos ensinamentos budistas sobre as práticas do mantra secreto; muitas vezes usado para se referir aos próprios ensinamentos tântricos. Eles foram transmitidos de mestre a discípulo e apresentam uma ênfase em ritual, mantras e visualizações.
Tashi Delek: Cumprimento tibetano que significa “que tudo seja auspicioso”.
Terra Pura: a terra dos Buddhas (Budas), um ambiente puro no qual não existe sofrimento. Há muitas terras puras como Tushita de Buddha (Buda) Maitreya, Sukhavati de Buddha (Buda) Amitabha e outras.
Três Joias: Os objetos de refúgio de um budista – Buddha (Buda), Dharma (ensinamentos e práticas) e Sangha (comunidade spiritual). São denominados joias por serem raros e preciosos.
Tulku: palavra tibetana que se refere à reencarnação reconhecida de um Lama.
Votos: são um conjunto de práticas de disciplina moral que são seguidos e mantidos pelo praticante. Existem os votos monásticos, chamados de Vinaya, e os votos leigos que são “não roubar”, “não mentir”, “não matar”, “não se intoxicar”, “não ter má conduta sexual”.